top of page

APRENDENDO  A PENSAR COMO OS ECONOMISTAS

Na sua origem, a economia era tratada como uma ciência política. Seu fundador (Adam Smith) achava que a economia era uma “ciência moral”.  Outro economista famoso, John Maynard Keynes, achava que a economia era simplesmente lógica, ou seja, um modo de pensar. Joan Robinson, sua discípula, acrescentou: ” o método de análise econômica é um hábito de pensamento que, para qualquer um que o possua, aparece como simples senso comum. Uma pessoa só lhe dá valor quando começa a discutir com alguém que não o possui”.

JOSÉ MARIA DIAS PEREIRA

Conhecido pelos amigos e alunos como "Pereirinha", aposentou-se após 40 anos como professor de Economia. As principais instituições em que trabalhou foram: a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde foi pró-reitor de planejamento, e a Universidade Franciscana (UFN), onde criou o curso de Ciências Econômicas e foi diretor da área de Ciências Sociais Aplicadas. Foi técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE). É Doutor em Economia (Universidade Federal de Pernambuco-UFPE). Ver no "menu" a lista de livros e artigos publicados para download. Há vários anos é colunista quinzenal do jornal "Diário de Santa Maria".  

José Maria Pereira.jpg
foto da Placa UFN.jpg

Homenagem UFN

Newsletter (Carta de Conjuntura)

 

Réquiem do Império americano 

 

O sistema monetário, baseado no dólar está entrando em colapso. Não se trata apenas de uma mudança econômica. É o fim da velha ordem mundial, desde 1944, no marco de Bretton Woods. A China tem superávit comercial. Costumava investir os lucros na dívida estadunidense. Essa era acabou. Pequim parou de comprar notas promissórias de um império em declínio.                   

Primeiro movimento: em vez de papel, os chineses estão comprando ativos reais. A China está estocando cobre, lítio, cobalto, petróleo e soja. Mas não podem ser congelados, desvalorizados ou sancionados. Eles armazenam poder, não promessas.  

Segundo movimento: a chamada “diplomacia de infraestrutura”. A Iniciativa Cinturão ou nova Rota das Sedas não é caridade. A China troca pontes, portos e linhas de energia por acesso a commodities e influência política. Por que comprar títulos do Tesouro USA quando você pode ser dono da mina? O capital chinês está fluindo para portos, energia, ferrovias, tecnologia e terras agrícolas, da Argentina ao Cazaquistão.  

Terceiro movimento: swaps cambiais. A China está impulsionando o comércio através de sua moeda com a Rússia, Irã, Paquistão e Brasil. Não precisa de dominação global. Apenas confiança bilateral suficiente para matar o dólar em corredores-chave do comércio mundial.  

Quarto movimento: investimento interno. Esse excedente não é desperdiçado. Está construindo chips (da espessura de um átomo), trens, energia verde e cadeias de suprimentos de veículos elétricos. A China não precisa de retorno financeiro. Precisa de retorno político-estratégico. Sabe que a dívida dos USA é um jogo manipulado. Não é rendimento. É tributo. Você nos empresta seu excedente. Nós imprimimos papel. 

Quinto movimento: em vez de comprar títulos do Tesouro americano, a China está ganhando tempo. Hora de reconectar os fluxos comerciais. Hora de aumentar a base de consumo. Não uma conta poupança.

Enquanto isso, os USA ainda precisam de alguém para comprar a dívida. Trilhões a mais a cada ano. Mas a multidão está diminuindo. O Japão está envelhecendo. A Europa está falida e colonizada. A China não vai voltar a comprar papel pintado.

Sexto movimento: Os juros sobem. A inflação retorna. O FED imprime mais dólar. O mercado de títulos afunda. E, o que os americanos não querem admitir: não estão mais sozinhos, como no final da II guerra. Agora, a China está na frente. Tal como no Império inglês, “onde o sol nunca se punha”, a festa do Império americano acabou. 

(Texto publicado na internet em meio à guerra das tarifas de Trump)

palestra UFSM.jpg
61xYuhEdzLL._AC_UL320_.jpg

Palestra Curso Economia UFSM

  • Facebook Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • LinkedIn Clean Grey
bottom of page